sábado, 16 de janeiro de 2010

GÊNEROS E FORMAS MUSICAIS

Quando analisamos a terminologia Gênero em consonância com as pesquisas musicológicas e históricas da Música, encontramos freqüentes imprecisões características, como as que se referem a conceitos de aplicação geral fora do seu campo específico, que não respeitam com exatidão as definições mais comuns. Tome por exemplo, a terminologia utilizada como gênero operístico em que englobamos toda produção de ópera; ou ainda, gênero clássico para diferenciar de gênero popular, gênero folclórico, etc.

Do Gênero, que é um termo pouco concreto, muitas vezes acaba-se por ser confundido com “Estilo”, e em outras, identifica-se com técnica, ou, com a idéia de forma, chegando inclusive, em alguns casos, utilizado para classificar uma música escrita para uma finalidade concreta ou determinado grupo de elementos.

Musicalmente falando, podemos dar definições mais específicas que auxiliem o perfeito entendimento do processo analítico ou auditivo da música através da história da humanidade. Vejamos:

GÊNERO

Definem-se como Gênero as composições musicais que possuem elementos comuns, porém, não seguem formas comuns. Para identificá-los, observa-se a qualidade dentre os diversos elementos que possam ser utilizados para classificá-la.

Basicamente, na classificação dos gêneros observamos:

a) Instrumentação – quais instrumentos são frequentemente utilizados;

b) Texto – pelo seu conteúdo (sacro, romântico, profano, idílico, etc)

c) Contextualização – contextos geográficos, etnográficos e cronológicos, local de interpretação, etc.

d) Estrutura – linear, repetitiva, fragmentada, dupla, tripla, etc.

e) Função – dança, ritual, introdução (prelúdio), encerramento, etc.

Nos Estados Unidos, o sistema para análise e identificação dos gêneros é baseado no sistema conhecido como cinco “W”:

- What – o quê?

- Who – quem?

- Where – onde?

- When – quando?

- Why – por quê?

Em resumo, ouve-se um determinado trecho musical e, através destas perguntas, tenta-se obter as informações necessárias à sua classificação. Lógico que é necessário existir uma cultura auditiva que permita obter algumas respostas a nível imediato, ou seja, ser capaz de identificar timbres instrumentais, identificar capacidade vocal, conhecer compositores, tipos musicais, etc. Obviamente que não estamos falando em conhecimento profundo, mas superficial, de forma que as primeiras impressões permitam indagações objetivas.

A diferença entre Gênero e Forma está no fato de que a primeira, estruturalmente, não possui um formato definido de composição, se desenvolvendo livremente, enquanto que na segunda, podemos identificar a música por possuir formato definido e preso a regras composicionais na sua estrutura.


FORMA

Forma é a estrutura e o desenho da música. Refere-se à estrutura de uma peça musical específica nos estudos acadêmicos de música, harmonia avançada ou forma e análise. Muitos gêneros musicais possuem formas sem ser classificados como FORMA, ou seja, possuem formatos que os definem mas que podem ser desenvolvidos livremente no seu aspecto estrutural.

Podemos afirmar que a Forma é um sistema organizacional e convencionado que molda uma composição musical. É o que podemos chamar de fôrma, um molde.

Música: “Dança alegre”.